sexta-feira, dezembro 30, 2005

Iago Vilar em liberdade na manhá de hoje

Iago Vilar, colaborador da AMI e activista da Esmorga, recuperou a sua liberdade durante a manhá de hoje após passar a noite na comandáncia da Corunha da Guardia Civil. O jovem passou a disposiçom judicial nos julgados das Fontinhas (Compostela) por volta das 10hh:30 da manhá, decretando minutos depois o juiz a sua posta em liberdade com cárregos. Lembremos que o Iago foi detido na sua morada no dia de onte e transladado ao cuartel da Guardia Civil de Ourense. Nessa mesma manhá regressou para a sua morada acompanhado de agentes do instituto armado para realizar o registo domiciliário e intervir objectos pessoais, entre eles dous computadores.

A detençom do companheiro enmarca-se dentro da operaçom Castinheiras, toda vez que o juiz teria encontrado na relaçom do detido com a página web da AMI motivo suficiente para o seu encausamento. Porém, contra Iago Vilar nom pesam várias das acusaçons que fôrom motivo de detençom para os outros 10 companheiros detidos em Novembro.

Umha concentraçom convocada polo organismo popular anti-repressivo Ceivar juntou nos julgados de Compostela por volta de quinze pessoas para receber o companheiro. Do mesmo modo, Ceivar convocou umha manifestaçom na tarde de hoje na Praça do Ferro de Ourense às 20 hh da tarde. Chamamos à participaçom activa da mesma.


Da AMI reiteramos na postura exprimida já em várias ocasions a respeito das detençons contra militantes da nossa organizaçom e pessoas do entorno. A repressom nom vai calar as vozes da mocidade combativa da Galiza. Temos motivos polos que luitar e seguiremos fazendo-o. Por muitas voltas que o instituto armado queira dar, por muitos golpes e sumários que a Audiência espanhola ou os juizes fascistas queiram dar nós temo-lo claro: nem um passo atrás. Fazemos, também, um chamamento à solidariedade activa para combater a repressom espanhola.

A luita é o único caminho!
Adiante a mocidade combativa!
Mais informaçom em www.ceivar.org

quarta-feira, dezembro 28, 2005

A espanhola nom nos representa. Avante a selecçom galega!

O anuncio de que em Dezembro a Seleçom Galega ia disputar o seu primeiro jogo foi muito bem recebida pola sociedade galega e em especial pola mocidade. A demanda de umha Selecçom que nos represente como naçom nas competiçons oficiais foi comum a amplos sectores da sociedade galega. Da AMI levamos tempo trabalhando para fazer disto umha realidade. Hoje dá-se um passo importante face esse objectivo.

Nom queremos só umha seleçom para jogar amigáveis umha vez no ano. Milhares de galegos e galegas iremos a esse primeiro jogo nom simplesmente para desfrutar do nosso futebol, mas também a seguir reivindicando umha verdadeira selecçom que poda competir em igualdade de condiçons nas competiçons internacionais.

Além disto sabemos que o nosso território nacional está amputado pola configuraçom da actual Comunidade Autónoma e que polo tanto qualquer verdadeira Selecçom tem o direito de contar nas suas fileiras com jogadores e jogadoras desses territórios. Nós apostamos por umha verdadeira Selecçom Nacional e nom por umha Selecçom Autonómica. Pensamos que este é o sentir da grande maioria dos siareiros e das siareiras do nosso pais.

Além do futebol , nós exigimos que em todos os desportos tenhamos umha selecçom nacional galega , consideramos que qualquer desportista galeg@ tem o direito de competir defendendo a sua naçom e nom a espanhola.

Este é um passo importante do que cumpre nom recuar. O Estado Espanhol tem na sua Selecçom de futebol um dos símbolos mais importantes do espanholismo , trata de bombardear nos meios espanhóis cada vez que há um jogo da sua Seleçom. Em Sam Láçaro as únicas bandeiras que vamos ver som as galegas e queremos fazer porque a única seleçom na Galiza seja a Selecçom Galega.


Neste sentido, fazemos um enérgico chamamento à participaçom das actividades que @s Siareir@s galeg@s tenhem programadas para o dia de manhá. Desde a manifestaçom, que partirá da Praça das Pratarias por volta das 18hh30 da tarde até o concerto previsto pola noite. Tendes mais informaçom detalhada do programa de actividades na própria página d@s Siareir@s http://www.siareirosgalegos.org.

Vemo-nos lá!
Avante a selecçom galega!



segunda-feira, dezembro 19, 2005

Palestras para debulhar a Operaçom Castinheiras

Da nossa organizaçom continuamos na prática da semana passada. Vigo e Lugo fôrom duas das cidades escolhidas para as palestras sobre a operaçom Castinheiras e o contexto repressivo em que nos atopamos agora mesmo. Compostela e Ourense acolherám nesta semana duas charlas mais.

Ourense. Terça-feira, 20 de Dezembro, 19hh.
Aula 1. Edifício de Ferro.

Compostela. Quarta-feira, 21 de Dezembro, 19hh.
Faculdade de História.

Em próximos dias informaremos da celebraçom de mais palestras.
Acode!
aminacional@gmail.com


Celebrou-se manifestaçom nacional contra a repressom

Mais de meio milhar de pessoas participárom onte na manifestaçom nacional convocada pola Plataforma Galega contra a Repressom. Passadas as 12hh30 da manhá a marcha concentrada inicialmente na Alameda da cidade de Compostela partiu percorrendo a zona nova da cidade antes de entrar na zona velha para finalizar na Praça das Pratarias. Umha vez ali Séchu Sende deu leitura ao manifesto da convocátoria e, enquanto o nosso hino nacional era entonado, dous encarapuçados queimárom um moneco que representava a figura de um Guardia Civil.

Da nossa organizaçom participamos da marcha com umha faiza sob a legenda: Nom somos inocentes, orgulhamo-nos de defender a Terra. A seguir apresentamos o seu texto na íntegra.

No passado dia 14 de Novembro, dez independentistas fôrom sequestrados pola Guardia Civil e levad@s a Madrid, acusad@s de pertencer à AMI e, com isto, dos delitos de enaltecimento do terrorismo, danos, desordens públicas e associaçom ilícita. Perante estes factos da AMI queremos manifestar:

-Que se "desordens públicas" é sair à rua para exercer o nosso direito à livre expressom e manifestaçom, e mobilizar-nos exigindo democracia e liberdade para a Galiza, NOM SOMOS INOCENTES.

-Que se o delito de "associaçom ilícita" compreende a superaçom do individualismo e a submissom, assim como a auto-organizaçom da mocidade galega mai combativa para luitar contra Espanha com a finalidade de conquistar umha Galiza Independente e Socialista, NOM SOMOS INOCENTES.

-Que se "enaltecimento do terrorismo" é defender e orgulhar-se de quem luita e defende a Terra, de quem vaia além das palavras e transforma em factos a sua oposiçom ao colonislismo, à injustiça, à exploraçom e à opressom de todo tipo, NOM SOMOS INOCENTES.

-Que se por "danos" se entendem as acçons de resistência do Povo, a sabotagem dos planos de expólio da nossa Terra, o enfrentamento directo contra quem realmente dana o nosso país e o nosso povo para benefício próprio, nós, ainda que nom practiquemos este tipo de acçons, entendemo-las, justificamo-las e aplaudimo-las e, nesse sentido, NOM SOMOS INOCENTES.

Esta é a legalidade espanhola com a que pretendem legitimar a sua violência e o espólio da nossa Naçom. A SUA LEGALIDADE NOM É A NOSSA. Neste país os únicos terroristas som os que destruem os nossos sectores productivos, condenam ao paro e à emigraçom à mocidade, submetem e agredem as mulheres, especulam com a vivenda, detruem a nossa terra com as infraestruturas para o enriquecemento capitalista, contruem minicentrais esbanjando os rios, querem acabar com a nossa língua e cultura, os que pretendem coartar o direito a organizar-se por meio do terror, os que metem em prissom a mocidade mais coerente... ESSES SI SOM OS VERDADEIROS CRIADORES DO TERROR.
Mas nom conseguirám parar-nos! Da Assembleia da Mocidade Independentista somos conscientes de que A LUITA É O ÚNICO CAMINHO, e nessa direcçom seguiremos avançando.

AVANTE A MOCIDADE COMBATIVA!
DEFENDER A TERRA NOM É DELITO!
CANHA CONTRA ESPANHA!

Dezembro de 2005, aminacional@gmail.com

Tendes umha fotografia da concentraçom nesta ligaçom: http://www.ceivar.org/imagens/novas/18d.jpg

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Convocada manifestaçom contra a repressom

Neste domingo 18 de Dezembro partirá por volta das 12 da manhá da Alameda de Compostela a manifestaçom convocada pola Plataforma Galega contra a repressom que agrupa a 42 colectivos e organizaçons da Galiza, entre eles a AMI. Nos últimos dias foi editado o manifesto que dá suporte à convocatória e foi publicado em webs independentistas a listagem das organizaçons convocantes. É a que segue:

Sociedade Cultural e Desportiva do Condado (SCD) ,Rádio Kalimero Assembleia ,Aberta do L. S. Baiuca Vermelha (O Condado) ,AMI, Local Social A Revira (Ponte Vedra), Local Social Revolta (Vigo) ,Maribolheras Precárias, Asociación Cultural Caleidoskópio (Vigo), PCPG ,Siareir@s Galeg@s, Xuventudes Comunistas, Jornal Novas da Galiza ,Movimento polos Direitos Civis, Adiante (Mocidade Revolucionaria Galega), Local Social O Pichel (Compostela) ,Centro Social Henriqueta Outeiro (Compostela), Ceivar, organismo popular anti-repressivo, Casa Encantada PreSOS-Galiza, Briga ,Agir, FPG ,Portal galizalivre.org, Associaçom Cultura,l A Fouce de Ouro (Vale de Amaía) ,Local Social A Esmorga (Ourense), Grupo musical Skárnio, Lobos Vermellos, Galiza Centro Social Atreu (A Corunha) ,PRT ,NÓS-Unidade Popular, Grupo ambientalista Erva, Colectivo ambientalista Oureol ,Cineclube Compostela, Mulheres Transgredindo, Cosal Galiza, BDG, Colectivo antifascista 'O Piloto' (Lugo), Burla Negra, Fundaçom Artábria, Comités Abertos de Estudantes (CAE) ,Treme a Terra, Primeira Linha.

Nos próximos dias colaremos a nossa propaganda para a concentraçom no blogue. Podedes aceder a mais informaçom e ler o manifesto completo em http://www.galizalivre.org

Palestra em Vigo

O pasado 14 de Novembro a Guardia Civil espanhola pujo em funcionamento o seu dispositivo repressor na chamada operaçom "Castiñeira". O balanço da mesma saldou-se com 10 detençons, posterior traslado à "Audiencia Nacional" em Madrid (Tribunal político do estado espanhol) para depois deixar em liberdade @s detid@s e transladar a investigaçom judicial às sucursais de "justiza" que o estado tem na Galiza. Nesta operaçom as forças de ocupaçom espanholas também registárom os domicílios e postos de trabalho d@s detid@s assim coma os centros sociais A Revolta em Vigo, A Esmorga em Ourense e A Gentalha do Pichel em Compostela; em todos eles a guardia civil dedicou-se literalmente a saquear as pertenças d@s detid@s e centros sociais ( quartos, serigrafia, camisolas, cd's, arquivos, computadores, e um longo etc). De todo isto, da verdadeira natureza da operaçom "Castinheira", da actividade da AMI e mais, tratará a palestra organizada pola assembleia comarcal da AMI em Vigo nesta 6ª dia 16 de Dezembro as 20h.

ACODE!! ORGANIZA-TE E LUITA!!! amivigo@gmail.com

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Nom nos pararám

A dia de hoje o nosso web continua intervido pola Guardia Civil. Entre as muitas pertenças que o instituto armado espanhol roubou também está a nossa página em Internet. Mas nom conseguirám parar-nos. Se nos fecham umha página, abrimos umha outra, se nos roubam, requisam, intervenhem a nossa propaganda, os nossos vozeiros, cartazes… faremos outros e trabalharemos igual que o fizemos sempre. A repressom nom fechará as nossas bocas. As nossas maos, as nossas cabeças estám sempre prontas quando se tratar da nossa luita. E contra isso, contra umha mocidade comprometida e luitadora, a guardia civil e o Estado espanhol que nega a nossa soberania pouca cousa pode fazer. Apenas umha: dar voltas arredor de si.

A nossa voz seguirá escuitando-se também aqui. Polo de pronto, iremos colando neste blogue, como vinhamos fazendo no anterior web, novas relacionadas com a nossa organizaçom, actividades que levemos avante, convocatórias, etc. Com o intuito de re-fazer completamente o nosso trabalho na rede, apresentaremos umha nova versom do web enquanto esteja disponível. Polo de pronto, aí vai o nosso blogue. A nossa voz também continua presente na rede!! Ficai atent@s!

Artigo de opiniom de dous dos detidos

Detençoes de 14 de Novembro de 2005

A redada policial contra a Assembleia da Mocidade Independentista tivo a suficiente releváncia policial, social e política como para que lhe dediquemos um mínimo momento de reflexom. Contamos já com um pouco de perspectiva do sucedido, mas ainda nom podemos ter umha visom afinada e global deste golpe repressivo por duas razoes fundamentais: a primeira é que ainda estamos imersos no vértice do tempo repressivo desta ofensiva; a segunda, é que a justiça espanhola decretou o secreto de sumário, polo que todas as diligências efectuadas (com as suas consideraçoes e particularidades informativas e políticas) som-nos (a detid@s e advogad@s) totalmente desconhecidas.

Contemplando estas premissas prévias procedemos a umha análise de urgência que nos ajude a entender este golpe policial nas suas fundamentaçoes básicas, assim como valorizar aqueles aspectos colaterais directamente implicados numha operaçom destas características.
É umha obviedade dizê-lo a estas alturas, mas devemos começar por aqui. A ofensiva repressiva vivida foi relevante nom só midiaticamente mas também objectivamente. O termo relevante estabelece-se, naturalmente, em funçom do que somos, das nossas forças e das nossas potencialidades. Tanto quantitativa (número de detidos, quantidade de material intervido, despregamento realizado, meios mobilizados...) quanto qualitativamente (órgao jurisdicional implicado, informaçom acumulada e efeitos psico-sociais difundidos) foi o intento mais sério (que nom equivale automaticamente a sucesso imediato ou diferido) dos últimos 10 anos na Galiza por alcançar umha parte importante, nuclear, do desenvolvimento estratégico do independentismo revolucionário (na sua actual formulaçom político-organizativa e nas suas apostas básicas).

Relevante nom quer dizer novidoso. Nom há um novo modelo ou estrategia repressiva contra o independentismo, que contemple umha “repressom política” além da repressom estritamente “técnico-policial”. Nom o há actualmente nem é previsível que o vaia a haver a curto praço. A Assembleia da Mocidade Independentista nem nengumha outra organizaçom independentista galega está na agenda das ilegalizaçoes políticas do Estado espanhol, nem o vai estar, previsivelmente, a curto praço. Cousa bem distinta é que o Estado e/ou os seus agentes mediáticos tonteiem ou enredem com esta possibilidade, buscando, em todo o caso, uns efeitos políticos e sociais determinados. Este aspecto é importante tê-lo presente em momentos nos que a rumorologia, as especulaçoes mais peregrinas e a venda de trapalhadas nos bazares de todo a 100 causam autêntico furor.

No que nos afecta a nós, aqui e agora, o actual modelo ou estrategia repressiva continua enquadrando-se dentro do que conhecemos genericamente como repressom estritamente policial, da qual se derivam duas aplicaçoes práticas como som a repressom preventiva (que ainda impera em boa medida) e a repressom de contençom. A repressom preventiva, cujo paradigma mais próximo e actual temo-lo nas redadas maciças efectuadas em distintos países europeus contra supostas redes invisíveis de “terroristas” islámicos, busca adiantar-se, conjurar um perigo potencial, cercar e minar socialmente um determinado movimento e acaparar grandes quantidades de informaçom sobre o adversário ou potencial adversário e os seus círculos sociais. A repressom de contençom, muitas vezes imbricada com a anterior, persegue golpear policialmente os sectores políticos que já desafiam abertamente o monopólio da violência do Estado. Podíamos engadir-lhe a esta repressom policial aquilo tam conchecido de “baixa intensidade”, mas cremos que realmente nom é substancial qualquer acotaçom em quanto à sua graduaçom. Pode ser de baixa intensidade para um Estado punitivo à vez que realmente padecida como de alta voltagem mortal polas nossas organizaçoes e militantes.

Ora bem, a ninguém se lhe escapa que nesta ofensiva repressiva há aspectos novos, nalgumha medida surpreendentes, que nom foram despregados antes, polo menos desta forma tam atrevida (e nom nos referimos só ao despregamento abrumador de meios repressivos e mediáticos). O novo neste caso radica em que por primeira vez se involucra muito directamente num golpe repressivo (e por um tribunal político ou de excepçom) a umhas siglas (ainda sem ser o objectivo penal último do ataque), a toda umha organizaçom “legal” (“legal” em termos políticos e de actividade pública; em termos jurídicos AMI é umha associaçom “alegal”).
Podemos dizer, portanto, que dentro da mesma estrategia ou modelo repressivo policial que vém imperando na Galiza desde 1993, os aparelhos repressivos do Estado espanhol exploram todas as suas potencialidades e virtualidades, esgotando possibilidades e recursos, à vez que modulam e readequam a sua panóplia de intervençoes ante novas necessidades. Já sabemos que as distintas receitas repressivas (ainda dentro de umha mesma formulaçom genérica) venhem explicitadas polas distintas necessidades, urgências e mudanças no cenário político-social em jogo. A pergunta, portanto, é lógica: há novas necessidades nos aparelhos de segurança do Estado e mudanças no cenário político-social independentista que justifiquem este redobrar de tambores nas cozinhas do Estado repressor espanhol? Sim, há-as. Por isso se levou a cabo esta operaçom e se executou da forma em que se fijo. A chave para entender o sucedido encontra-se no desenvolvimento continuado nos últimos anos (ainda que a pequena escala) da violência defensiva nacionalista e do estado de alerta e intranquilidade que nos apararelhos repressivos do Estado causou a última ofensiva violenta independentista de Julho de 2005, nas vésperas do dia da Pátria.

Os aparelhos repressivos do Estado encontram-se com um germe activo violento (com vontade de incidir e de continuidade), parapetado num micro-mundo sócio-político, com ligaçons históricas, relativamente confuso e potencialmente desestabilizador. Os responsáveis policiais valoram que as vias de recadaçom de informaçom através de serviços próprios de informaçom, infiltrados, chivatos, confidentes, colaboradores ocasionais...etc, nom som suficientes, nem todo o qualitativas, globais e selectivas desde o ponto de vista policial e judicial, decidindo implementar novas medidas profilácticas combinadas com golpes certeiros de contençom. A procura maciça de informaçom (preventiva e de castigo) converte-se, portanto, numha prioridade ineludível. A estas alturas já sabemos que informaçom é poder, é prevençom, é controlo, é contençom, é inculpaçom, judicializaçom e cárcere, é avantagem sobre o adversário. A recadaçom massiva de informaçom preventiva e punitiva foi a prioridade, o objectivo básico da redada policial contra a Assembleia da Mocidade Independentista. Quando falamos de prioridade e objectivo fundamental, queremos dizer exactamente isto. Portanto é compatível com a simultaneidade doutros objetivos político-ideológicos e sociais (demonizaçom, bloqueio e paralisaçom, esgotamento ánti-repressivo, atemorizaçom dos círculos sociais mais próximos e desconfiança dos mais lonjanos) que habitualmente estám presentes neste tipo de macro-processos repressivo-mediáticos, umhas vezes deliberadamente procurados pola estrategia repressiva policial e, outras vezes, simplesmente formando parte das balas autonomizadas dos poderes mediático-sociais.

Foi muito generalizada, nos dias posteriores à posta em liberdade dos dez detidos e detidas, a percepçom de “metedura de pata” e de “ridículo judicial e policial”, acrescentada nos factos contrastados de umha resposta social solidária significativa, de umha certa refracçom da populaçom mais directamente em contacto com os locais e vivendas afectadas às chaves psico-sociais programadas neste tipo de processos, umha relativa indigestom manifesta publicamente por meios de comunicaçom, agentes sociais e políticos, da anunciada inibiçom da Audiência Nacional e umha compactaçom (polo menos imediata e nom issenta de contradiçoes nalgun casos) dos sectores políticos agredidos e intimidados.
Esta percepçom tém umha parte de verdade, mas nom a devemos confundir com a verdade mesma; devemos admiti-la só como umha parte de um todo mais global. Por umha banda a Guardia Civil nom podia hipotecar o sucesso dumha operaçom desta envergadura (com o engadido deliberado da mobilizaçom importante de meios de comunicaçom) à chiripa de encontrar ou nom encontrar provas inculpatórias directas e concretas nas vivendas e locais intervidos de participaçoes pessoais em acçoes violentas ou otras provas inculpatórias semelhantes. E por outra banda o saqueio dos locais sociais é claro que se afasta da procura de informaçom estritamente punitiva. A prioridade ou objetivo básico do operativo repressivo foi a acumulaçom de informaçom estratégica. Informaçom quantitativo-qualitativa, informaçom prioritariamente preventiva de sondagem profunda do entramado sócio-político e auto-defensivo dos sectores combativos e potencialmente mais desestabilizadores (embora só o seja a um mínimo nível de ordem pública) e informaçom secundariamente punitiva de implicaçom das pessoas detidas em acçoes ou organizaçoes violentas concretas. Avonda com reparar nos fundamentos jurídico-penais do operativo repressivo (polo menos no que está a vista a dia de hoje, pois como já indicamos o sumário continua secreto) para decatar-se de que realmente o sucesso último do operativo policial nom se ía dirimir em termos de número de encarceramentos; embora se estes se produzissem entom a jogada seria mais crível e impactante.

As “aparentes” vazas políticas que nos dêrom (“metedura de pata”, “ridículo”, compactaçom e relativo arroupamento social, etc.) som, se se quer, secundárias em quanto que conjunturais, e na medida em que o inimigo, acorde com as prioridades básicas estabelecidas, tem informaçom valiosíssima de controlo para planificar umha repressom selectiva e programada a curto e meio praço para eliminar politica e policialmente o sector que alimenta a estrategia da tensom social e da violência defensiva. Logicamente só cabe umha reflexom deste tipo se visualizamos a globalidade de cenários e tensoes que neste momento se encontram interligados. Se teimamos em olhar unicamente as árvores mais próximas jamais veremos o bosque inteiro. O inimigo é capaz de dar-nos hoje algumha vaza política se com isso pode ganhar, amanhá, a partida; se amanhá pode desactivar contundentemente a ameaça enfrentada.
Cremos que sobram muitos comentários explicativos do por que se elegiu à Assembleia da Mocidade Independentista para esta montagem repressiva. Em primeiro lugar AMI oferece-lhe à Guardia Civil umha boa colecçom de pretextos (projecto político-ideológico, ligaçoes históricas, acumulaçom de incidências várias de corte ilegal ou para-legal...) mais ou menos críveis para conformar um pacote inculpatório que motive umha medida repressiva drástica por parte da Audiência Nacional. As detençoes massivas e o saqueio de vivendas e locais na procura de informaçom (aspecto fundamental da operaçom), só era possível com a montagem de um escaparate jurídico-penal (ainda que vago, difuso e demasiado inconcreto como para o seu sucesso penal, aspecto que por isso mesmo nom era umha prioridade global) como o plantejado pola Guardia Civil ante o julgado de instruçom da Audiência Nacional. Este escaparate foi mais que suficiente para motivar a operaçom policial por parte do tribunal especial espanhol. E com isto, os aparelhos repressivos do Estado acediam ao botim desejado. Em segundo lugar, os serviços de informaçom tenhem acotado, com mais ou menos acerto, neste sector político do independentismo e nos espaços sociais nos que se move e dos que se alimenta, o banco no que a sondagem informativa e as redes de arraste de informaçom podiam obter resultados estratégicos relevantes na luita contra a resistência galega.

As solidariedades

Merece a pena determo-nos brevemente neste aspecto. Seguramente estamos ante um termo suficientemente polisémico, prenhado de múltiplas interpretaçoes, matizes e esclarecimentos. Provavelmente para a maioria de nós a “autêntica solidariedade”, nom poderia prescindir nunca do elemento essencial da identificaçom e partilhamento do mundo das utopias e compromissos. Mas sabemos que, além da “autêntica solidariedade”, há outras solidariedades, sujeitas, por assim dizê-lo, a parcialidades, oportunidades ou interesses diversos que nem sempre som espúrios. A solidariedade de Segi e a solidariedade de quem pede desde a legitimaçom geral das estruturas de poder causantes da repressom que se informe devidamente às e aos familiares, que se respeitem os direitos e a dignidade dos detidos e detidas e que estes nom sejam julgados na Audiência Nacional, é evidente que som solidariedades de distinto calado e motivaçom mas ambas as duas devem ser respeitadas e ambas as duas som úteis e necessárias. Por isso imos referir-nos à solidariedade como solidariedades, para poder acolher precisamente no seu seio todos os matizes e gradaçoes que se quiser.
Assistimos durante e depois das detençoes a umha importante manifestaçom de solidariedades com AMI e com @s deti@s em geral. Quiçá por primeira vez a solidariedade era algo mais que dever e compromisso militante e rompia, embora timidamente, os círculos minoritários das próprias organizaçoes ou colectivos implicados directamente na repressom. Este facto, com a prudência de nom magnificá-lo gratuitamente, tem certa importância política que vai além dos titulares, os oportunismos e as trifulcas políticas (embora também haja um pouco de todo isto). Por isso devemos apreender a “gerir” (ainda que soe um pouco burocrático) de umha forma politica e socialmente saudável estas solidariedades. De entrada nom podemos filtrar implacavelmente pola máquina da verdade ou da autenticidade (em todo caso seria da “nossa” verdade e da “nossa” autenticidade) todas as solidariedades para seleccionar as espúrias, oportunistas e cínicas das verdadeiras e puras. De fazermo-lo assim provavelmente nom ficássemos mais que com o abraço d@ noss@ companheir@ de faixa. As solidariedades nom tenhem que implicar forçosamente partilhamento de métodos nem de estrategias nem de tácticas, nem sequer de objectivos políticos. As solidariedades, desde as puramente formais, possibilistas, legalistas até as mais políticas e ideológicas som todas importantes porque devem servir para conformar um pequeno muro de contençom social aos excessos, arbitrariedades e tentaçoes das estruturas repressivas do Estado. Isto pode nom ser relevante para quem vive nos bazares de trapalhadas de todo a 100, mas para quem tem que visitar as masmorras da Guardia Civil, quem se joga a vida, a saúde e a dignidade, nom é um aspecto nada banal. Nesta linha seria interessante trabalhar um espaço político e social plural de vigilância, controlo e intervençom rápida ánti-repressiva ante futuras embestidas do Estado imperialista espanhol.
Questom diferente é o desmascaramento claro de todas aquelas instituiçoes e organizaçoes políticas que activamente afortalam as estruturas e as políticas anti-terroristas repressivas do Estado, as animam e defendem no seu agir diário, fazendo visíveis as suas responsabilidades e contradiçoes. Este é também um labor de higiene política.


Antom G. M. e Miguel G. N.,som dous dos independentistas detidos o 14 de Novembro pola Guardia Civilno operativo em que eram capturadas dez pessoas em toda a Galiza

Comunicado de imprensa da Assembleia da Mocidade Independentista (AMI)

20 de Novembro de 2005

Ante os factos acontecidos na última semana da AMI queremos manifestar:
1.- Na passada segunda-feira 14 de Novembro dez pessoas fôrom detidas em várias cidades do País pola Guardia Civil, acusadas de associaçom ilícita, apologia do terrorismo e danos, sendo transferidas à Dirección General de la Guardia Civil em Madrid, para passar a disposiçom judicial da Audiencia Nacional de Espanha. Toda esta operaçom levou-se a cabo com um espectacular emprego de meios policiais, em que se procedeu ao registo e saqueio de nove vivendas pessoais, três locais sociais e o local nacional da AMI e os centros de trabalho de alguns dos detidos. Na denominada operaçom Castinheira a Guardia Civil roubou nas nossas casas todo o tipo de material, dinheiro, computadores, objectos pessoais, até umha máquina de serigrafar, incluindo as pertenças de pessoas com as que @s militantes compartilhavam casa. Aliás, fôrom saqueados os LS Revolta, Esmorga e Gentalha do Pichel, substrazendo neles material de todo o tipo também, utilizado para a realizaçom da sua actividade cultural (projectores, computadores, dinheiro, camisolas…). Por último, foi saqueado o Local Nacional da AMI, onde a GC roubou toda a infraestrutura da organizaçom, incluido o arquivo onde se recolhiam os dez anos de actividade e história da Assembleia.Na quarta-feira dia 16, as dez pessoas detidas fomos postas em liberdade sem cargos após declararmos perante o juíz na Audiencia Nacional. Até o dia de hoje nom temos conhecimento algum de se recuperaremos as nossas cousas.


2.- Baixo o nosso ponto de vista estamos perante umha clara detençom política que visa para:

- Recolher informaçom sobre o Independentismo Revolucionário com a intençom de fundamentar futuras operaçons contra a expressom mais consequente e combativa do País.

- Danar a infraestrutura da nossa organizaçom e estigmatizar a nossa actividade política com o intuito de criminalizar-nos de cara a opiniom pública. A agressom sofrida polos Centros Sociais topa-se nas mesmas coordenadas, umha vez que @s independentistas detid@s fam parte dos projectos de que falamos, onde a auto-organizaçom popular e a defesa da Terra som parte da sua vida quotidiana.
Da AMI valorizamos que esta operaçom policial nom está focada face a ilegalizaçom da organizaçom, umha vez que os objectivos anteriormente assinalados falam a respeito da intençom da Polícia no momento da nossa detençom. Queremos apontar que provavelmente futuros golpes repressivos nom serám tam circenses nem espectaculares, mas a solidariedade exprimida durante a nossa detençom tem de ser a mesma.


3.- Embora estejamos na rua, nom devemos valorizar a operaçom como um fracasso. A AMI, a dia de hoje, nom é umha organizaçom ilegal, tem direito a levar avante o seu trabalho político, mas na prática com este tipo de golpes repressivos a nossa organizaçom fica de facto impossibilitada para realizar o seu trabalho, com o qual se viu cumprido um dos objectivos principais da operaçom Castinheira.


4.- Como nos têm acostumad@s os meios de comunicaçom actuárom de jeito cúmplice com as forças repressivas, manipulando e intoxicando com informaçons falsas e afirmaçons arbitrárias a respeito da nossa organizaçom e as pessoas detidas. O clima que gerárom na opiniom pública contribuiu para aumentar a pressom sobre o nosso contorno (familiar, laboral,…)


5.- Contra a Espanha encarapuçada, ladrona, criminal, surgiu umha Galiza que se indigna. Fôrom muitas nestes dias as expressons de solidariedade recebidas, tanto a nível individual, quanto a nível colectivo, desde organizaçons sindicais, juvenis, ambientalistas, culturais, políticas, etc. Mençom especial tem que ter entre as nossas palavras a atitude exemplar daquelas pessoas e colectivos que para além das palavras achegárom a força dos seus braços onde fizo falta. Falamos de Ceivar, FAG, C. A. O Piloto e o conjunto dos Locais Sociais da Galiza. Obrigados e obrigadas a todas e todos.


6.- A repressom nem nos fai nem nos fará calar. Nem deter-nos no nosso caminho, nem retrocedermos nas nossas conviçons. Sabemos que a repressom é consubstancial à nossa luita, umha vez que o avanço das nossas posiçons levará parelho este elemento. Que o inimigo espanhol nom acredite em que lhe temos medo, estamos dispost@s a seguir trabalhando como até o de agora, se calhar com mais força, pola nossa independência.


ANTES MORT@S QUE ESCRAV@S!!VIVA GALIZA CEIVE E SOCIALISTA!!